O DSM-5 fornece os seguintes critérios para o diagnóstico de outro transtorno dissociativo especificado (OTDE):
Esta categoria se aplica a apresentações nas quais predominam sintomas característicos de um transtorno dissociativo que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo em áreas sociais, ocupacionais ou outras áreas importantes do funcionamento, mas que não atendem aos critérios completos de nenhum dos transtornos da classe diagnóstica de transtornos dissociativos. A categoria de outro transtorno dissociativo especificado é usada em situações em que o clínico opta por comunicar o motivo específico pelo qual a apresentação não atende aos critérios de nenhum transtorno dissociativo específico. Isso é feito registrando-se “outro transtorno dissociativo especificado” seguido do motivo específico (por exemplo, “transe dissociativo”).
Exemplos de apresentações que podem ser especificadas usando a designação “outras especificadas” incluem as seguintes:
1. Síndromes crônicas e recorrentes de sintomas dissociativos mistos: Essa categoria inclui distúrbio de identidade associado a descontinuidades menos que marcantes no senso de identidade e agência, ou alterações de identidade ou episódios de possessão em um indivíduo que não relata amnésia dissociativa.
2. Distúrbio de identidade devido à persuasão coercitiva intensa e prolongada: Indivíduos que foram submetidos a intensa persuasão coercitiva (por exemplo, lavagem cerebral, reforma do pensamento, doutrinação enquanto cativos, tortura, prisão política de longo prazo, recrutamento por seitas/cultos ou por organizações terroristas) podem apresentar alterações prolongadas ou questionamento consciente de sua identidade.
3. Reações dissociativas agudas a eventos estressantes: Essa categoria se refere a condições agudas e transitórias que normalmente duram menos de um mês e, às vezes, apenas algumas horas ou dias. Essas condições são caracterizadas por constrição da consciência; despersonalização; desrealização; distúrbios perceptivos (por exemplo, lentidão do tempo, macropsia); microamnésias; estupor transitório; e/ou alterações no funcionamento sensório-motor (por exemplo, analgesia, paralisia).
4. Transe dissociativo: Essa condição é caracterizada por um estreitamento agudo ou perda completa da consciência do ambiente imediato que se manifesta como profunda falta de resposta ou insensibilidade a estímulos ambientais. A falta de resposta pode ser acompanhada de pequenos comportamentos estereotipados (por exemplo, movimentos dos dedos) dos quais o indivíduo não tem conhecimento e/ou que não consegue controlar, bem como paralisia transitória ou perda de consciência. O transe dissociativo não é uma parte normal de uma prática cultural ou religiosa coletiva amplamente aceita (American Psychiatric Association, 2013)¹
Mais de OTDE
OTDE é uma categoria usada para grupos de sintomas que são claramente dissociativos por natureza, mas que não atendem aos critérios de outro transtorno dissociativo. Essa categoria é usada quando se sabe que outro transtorno dissociativo não está presente e quais são os sintomas.
Exemplos de outro transtorno dissociativo especificado incluem apresentações semelhantes à TDI sem alterações totalmente diferenciadas ou sem amnésia entre as alterações; sintomas dissociativos como confusão de identidade ou assumir/adotar/aparição de uma nova identidade devido a lavagem cerebral, tortura, prisão política, etc.; sintomas dissociativos que ocorrem em reação a um trauma, mas que não duram mais de um mês; transe dissociativo no qual o indivíduo perde a consciência do ambiente ao seu redor e, portanto, torna-se pouco responsivo.
Antes do lançamento do DSM-5, o OTDE era conhecido como transtorno dissociativo não especificado de outra forma, ou DDNOS (dissociative disorder not otherwise specified, em inglês). Além do mencionado acima, ele continha desrealização não acompanhada de despersonalização em adultos (que agora é coberta pelo transtorno de despersonalização/desrealização) e síndrome de Ganser, que não é coberta pelo DSM-5 e pode, de fato, ser um transtorno factício. (4ª ed., texto rev.; DSM-IV-TR; American Psychiatric Association, 2000)².
|| Para comparação entre a antiga subclasse 1A e 1B do OTDE e as diferenças entre TDI, OTDE/OSDD e o antigo DDNOS – Acesse o artigo: “TDI x OTDE”.
Transtorno dissociativo não especificado
O DSM-5 fornece os seguintes critérios para o diagnóstico de transtorno dissociativo não especificado (DDNOS):
Essa categoria se aplica a apresentações nas quais predominam sintomas característicos de um transtorno dissociativo que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo em áreas sociais, ocupacionais ou outras áreas importantes do funcionamento, mas que não atendem aos critérios completos de nenhum dos transtornos da classe diagnóstica de transtornos dissociativos. A categoria de transtorno dissociativo não-especificado é usada em situações em que o clínico opta por não especificar o motivo pelo qual os critérios não são atendidos para um transtorno dissociativo específico e inclui apresentações para as quais não há informações suficientes para fazer um diagnóstico mais específico (por exemplo, em ambientes de pronto-socorro) (American Psychiatric Association, 2013)¹.
O transtorno dissociativo não especificado é semelhante a outro transtorno dissociativo especificado, mas esse diagnóstico só é feito quando o diagnóstico exato é desconhecido ou quando não se pode dizer que os sintomas presentes não se qualificam para outro transtorno dissociativo. Esse diagnóstico geralmente é feito quando não há tempo ou oportunidade para um diagnóstico mais específico.
Referências
1 American Psychiatric Association. (2013). Dissociative Disorders. In Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). http://dx.doi.org/10.1176/appi.books.9780890425596.dsm08
2 American Psychiatric Association. (2000). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (4th ed., text rev.). doi:10.1176/appi.books.9780890423349.
TRADUZIDO POR: Sistema Pulga
REVISADO POR: Sistema Orquestra